O mito é a
primeira forma de explicação da realidade, seja ela natural ou social. Nasce dessa
oralidade através da cultura popular, configurando-se como um discurso
destinado a um público ouvinte, sendo que este toma aquilo como verdade
absoluta por confiar plenamente em quem está narrando. Além de procurar uma
explicação para a realidade, o mito também propõe apaziguar os temores do homem
diante do mundo em que vive. As narrativas descrevem a relação do homem com os
deuses – pois se trata de uma cultura politeísta. A sua finalidade é
representar, por meio de uma linguagem simbólica, a realidade do mundo humano. São
os poetas gregos os grandes responsáveis pela realização dessas narrativas, uma
vez que são considerados escolhidos pelos deuses, eleitos pelas divindades. Os
filósofos pré-socráticos são os primeiros filosóficos surgidos no Ocidente. Rompendo
com a concepção mítica, a filosofia pré-socrática coloca a razão (logos em
grego) acima de tudo, desprezando qualquer possibilidade sobrenatural. A sua
preocupação é desvendar a realidade do cosmos. A divisão da história em
períodos coloca a Europa como centro de referência da história mundial. Tal método
colabora na indução, ainda presente na educação, em estabelecer a cultura européia
como modelo a ser seguido ignorando outras culturas, histórias e pensamentos.
Desta forma, o pensar filosófico não se restringe aos filósofos europeus, mas
se estende a pensadores judeus e árabes. No entanto, temos como ponto
fundamental as influências de Platão e Aristóteles expoentes da Patrística e da
Escolástica.
A Odisséia
Na Odisséia
ressoa ainda o eco da guerra de Tróia, narrada parcialmente na Ilíada. O título
do poema provém do nome do protagonista, o grego Ulisses (Odisseu). Filho e
sucessor de Laerte, rei de Ítaca e marido de Penélope, Ulisses é um dos heróis
favoritos de Homero e já aparece na Ilíada como um homem perspicaz, bom
conselheiro e bravo guerreiro.
A Odisséia narra as viagens e
aventuras de Ulisses em duas etapas: a primeira
compreende os acontecimentos que, em nove episódios sucessivos, afastam o herói
de casa, forçado pelas dificuldades criadas pelo deus Posêidon. A segunda consta de mais nove episódios, que
descrevem sua volta ao lar sob a proteção da deusa Atena. É também desenvolvido
um tema secundário, o da vida na casa de Ulisses durante sua ausência, e o
esforço da família para trazê-lo de volta a Ítaca. A Odisséia compõe-se
de 24 cantos em verso hexâmetro (seis sílabas), e a ação se inicia dez anos
depois da guerra de Tróia, em que Ulisses lutara ao lado dos gregos.
A ordem da narrativa é inversa: tem início pelo desfecho, a assembléia dos deuses, em que Zeus decide a
volta de Ulisses ao lar. O relato é feito, de forma indireta e em
retrospectiva, pelo próprio herói aos feaces - povo mítico grego que habitava a
ilha de Esquéria. Hábeis marinheiros, são eles que conduzem Ulisses a Ítaca.
O poema estrutura-se em quatro
partes: na primeira (cantos I a IV), intitulada
"Assembléia dos deuses", Atena vai a Ítaca animar Telêmaco, filho de
Ulisses, na luta contra os pretendentes à mão de Penélope, sua mãe, que decide
enviá-lo a Pilos e a Esparta em busca do pai. O herói, porém encontra-se na
ilha de Ogígia, prisioneiro da deusa Calipso. Na segunda parte, "Nova
assembléia dos deuses", Calipso liberta Ulisses, por ordem de Zeus, que
atendeu aos pedidos de Atena e enviou Hermes com a missão de comunicar a ordem.
Livre do jugo de Calipso, que durou sete anos, Ulisses constrói uma jangada e
parte, mas uma tempestade desencadeada por Posêidon lança-o na ilha dos feaces
(canto V), onde é descoberto por Nausícaa, filha do rei Alcínoo. Bem recebido pelo rei (cantos VI a VIII),
Ulisses mostra sua força e destreza em competições esportivas que se seguem a
um banquete.
Na terceira parte, "Narração de
Ulisses" (cantos IX a XII), o herói passa a contar a Alcínoo as aventuras
que viveu desde a saída de Tróia: sua estada
no país dos Cícones, dos Lotófagos e dos Ciclopes; a luta com o ciclope
Polifemo; o episódio na ilha de Éolo, rei dos ventos, onde seus companheiros
provocam uma violenta tempestade, que os arroja ao país dos canibais, ao
abrirem os odres em que estão presos todos os ventos; o encontro com a feiticeira
Circe, que transforma os companheiros em porcos; sua passagem pelo país dos
mortos, onde reencontra a mãe e personagens da guerra de Tróia. Na quarta
parte, "Viagem de retorno", o herói volta à Ítaca, reconduzido pelos
feaces (canto XIII). Apesar do disfarce de mendigo, dado por Atena, Ulisses é
reconhecido pelo filho, Telêmaco, e por sua fiel ama Euricléia, que, ao
lavar-lhe os pés, o identifica por uma cicatriz. Assediada por inúmeros pretendentes, Penélope
promete desposar aquele que conseguir retesar o arco de Ulisses, de maneira que
a flecha atravesse 12 machados. Só Ulisses o consegue. O herói despoja-se em
seguida dos andrajos e faz-se reconhecer por Penélope e Laerte. Segue-se a vingança de Ulisses (cantos XIV
a XXIV): as almas dos pretendentes são arrastadas aos infernos por Hermes e
a história termina quando Atena impõe uma plena reconciliação durante o combate
entre Ulisses e os familiares dos mortos.
A concepção do poema é
predominantemente dramática e o caráter de Ulisses, marcado por obstinação,
lealdade e perseverança em seus propósitos, funciona como elemento de
unificação que permeia toda a obra. Aí aparecem fundidas ou combinadas uma
série de lendas pertencentes a uma antiqüíssima tradição oral com fundo
histórico.
Há forte
crença de que a Odisséia reúna temas oriundos da época em que os gregos
exploravam e colonizavam o Mediterrâneo ocidental, daí a presença de mitos com
seres monstruosos no Ocidente, para eles ainda misterioso. Pela extrema
perfeição de seu todo, esse poema tem encantado o homem de todas as épocas e
lugares.
É consenso na
era moderna que a Odisséia completa a Ilíada como retrato da civilização
grega, e as duas juntas testemunham o gênio de Homero e estão entre os pontos
mais altos atingidos pela poesia universal.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Podemos perceber o quanto estes mitos influenciam a vida de todos, algumas vezes não se sabe se é verdade ou mito, pois são histórias que se arrastam de gerações em gerações.
ResponderExcluirOs mitos estão espalhados por todo mundo, em todas as culturas, ele conserva histórias, que passam de geração em geração. Através do mito buscamos a verdade, o sentido e o significado das coisas. Contando pequenas historias transmitimos muitos ensinamentos para a vida.
ResponderExcluir